O que é o Pescoço de Surfista?
A dor de pescoço não é uma lesão grave, mas pode ser bastante desconfortável e deixá-lo de fora da água por um par de semanas. Então, o que é isso do “Pescoço de Surfista”?
A postura de remada deitada coloca muita pressão sobre os músculos cervicais e comprime ainda os nervos.
Se já surfa há cinco, dez ou vinte anos, é por isso natural que já tenha sentido que o seu pescoço não está bem.
A dor de pescoço e, na realidade, uma lesão muito comum entre os surfistas. Está habitualmente relacionada com a remada, mas pode também surgir na sequência de uma queda inadvertida nas ondas.
Tecnicamente, o que acontece é que os músculos da parte de trás do pescoço, e das zonas superiores e inferiores das costas estão em contracção constante, provocando tensão e redução muscular do músculo trapézio, e de outros músculos.
O pescoço está ligado à parte superior das costas através de uma série de sete vértebras, ou seja, a coluna vertebral – C1, C2, C3, C4, C5, C6, e C7.
Entre cada vértebra, há um disco que amortece o impacto dos movimentos ou hiperextensões. Quando estamos a remar para uma onda, a coluna vertebral está em constante movimento.
Sintomas e Soluções
Habitualmente, a sensação de dor só surge algumas horas depois de uma sessão de surf, quando os músculos do pescoço entram em espasmo.
Contudo, o cenário pode ser ainda mais complexo, uma vez que a dor no pescoço envolve uma série complexa de tendões, ligamentos, músculos, ossos e nervos.
O esternocleidomastoideo, um músculo que faz rodar a cabeça e flexiona o pescoço está, muitas vezes, directa e indirectamente, no centro desse desconforto, rigidez e dor.
O problema torna-se mais sério quando os surfistas atingem os 40 anos de idade e o surfistas de fim-de-semana que apenas estendem os seus “músculos de escritório” nos sábados de manhã.
“O nível C5-C6 é um ponto fulcral ou, por outras palavras, o local onde a espinha se articula no movimento de extensão. Isto relaciona-se com a posição de remada – deitado e a olhar em frente,” explica Peter Hogg, director do Centro de Fisioterapia Desportiva e Espinal de Noosa, na Austrália.
“Como consequência da sobrecarga de longo prazo, as articulações podem começar a formar osteófitos marginais, ou pequenas projecções ósseas.”
“Nos casos mais extremos, estes pequenos lábios ósseos podem invadir as raízes nervosas próximas e, em última instância, causar dores no braço. Todas estas progressões estão associadas com dores de pescoço, dores de cabeça, espasmos musculares, e movimentos de pescoço restringidos.”
Os sintomas do “Pescoço de Surfista” podem ser os seguintes:
1. Picadas e alfinetadas nas mãos, braços e tríceps;
2. Dores de cabeça;
3. Sensação de fraqueza muscular;
4. Dores nas costas;
5. Náuseas;
6. Entorpecimento;
7. Rigidez;
8. Tonturas;
Se pretende continuar a surfar até aos cinquenta, sessenta ou setenta, planeie alguns exercícios pós-surf que irão reduzir a dor de pescoço posterior.
Eis o que pode fazer para diminuir as dores relacionadas com o “Pescoço de Surfista” e até mesmo o ombro:
1. Exercícios de aquecimento pré-surf;
2. Diminuição da extensão do pescoço enquanto rema;
3. Minimizar o tempo despendido com o peito e pescoço levantados;
4. Active os músculos abdominais para criar uma plataforma de remada firme e retirar pressão sobre a zona inferior das costas;
5. Durante e após o surf, massaje suavemente o pescoço para acelerar o processo de recuperação;
6. Mantenha-se ágil e realize exercícios de flexão do pescoço, dobras do queixo, alongamentos do trapézio superior e extensões torácicas;
7. Massajar uma bola de ténis ou lacrosse na zona superior do torso ajuda a aliviar a tensão na área em volta do pescoço;
8. Nos casos mais extremos, injecções localizadas ajudarão a aliviar a dor;
Para situações de dor crónica, existem programas específicos de reabilitação e outras opções – fisioterapia, Pilates, acupuntura e massagens ajudarão a descomprimir todos os músculos, tendões, nervos e ossos que compõem seu pescoço.